Intermitentes

Sinto que os dias estão diferentes.
Observando as portas do passado,
repenso nos caminhos intermitentes.

Tristes ou belos, com amor ou pesar,
escreveram toda a minha história,
éons de uma alma sempre a esperar.

Os interesses desapareceram ao vento.
Quebrei-me como as ondas no mar,
ultrajado por cada confuso sentimento.

E sobre as sombras que me conceberam,
senti curiosos olhos querendo navegar,
invadindo as tempestades que dissiparam.

Não obstante aos raios das antigas lendas,
trovões distantes que ninguém escuta,
obsoletos nas fendas mais profundas!

Queimadas como oferendas em versos.
Uivando em direção à luz refletida na Lua,
ascendendo à liberdade do vasto Universo!

No decorrer de uma nova escrita,
deparei-me com o mais doce coração,
ornamentado de uma aura pouco descrita.

Perdido no tempo entre as realidades,
extasiado pelo belo amor que surgia,
notei as mais sinceras afinidades.

Soube a cada instante em tua companhia,
os caminhos que poderíamos construir
e, em harmonia, meu coração por ti batia!

Mesmo se alguma dificuldade persiste,
teu olhar é a estrela que sempre me guia!
Intermitentes, meu amor em ti reside!